quinta-feira, 17 de setembro de 2009

MÃES DA SÉ

Nesse último domingo fomos novamente para São Paulo. Chegamos às 9 horas, uma hora antes da hora marcada.
Eu e o Diego resolvemos então assistir a missa na catedral da SÉ, a missa estava começando. (A Anne não foi pra São Paulo).Entre nossas orações observávamos a beleza da igreja e nossos pensamentos iam longe, não sabíamos se ia dar certo, não sabíamos o que íamos enfrentar, a ausência da Anne parecia algo muito grande nessa viagem, somos um trio e quando falta um nós um vazio e uma certa insegurança invade nossos pensamentos, sentimos até uma certa angustia.
Perto da hora marca fomos para fora da igreja e começamos a fazer nossos primeiros contatos e depois começamos a gravar com algumas famílias de pessoas desaparecidas, que estavam lá para nos ajudar e que buscavam em nós a esperança de preencher o vazio que possuem no coração.
Entre uma entrevista e outra algumas coisas merecem destaque, entre elas a aproximação de alguns garotos que moram na praça da Sé. Um deles nos disse que conhecia um dos meninos desaparecidos, disse que sabia onde ele estava, mas queria dinheiro em troca. A mãe do garoto estava na praça gravando com a gente. O que ela fez? NADA. Afinal para nós essa atitude é algo estranho, mas para essas mães que procuram seus filhos todos os dias, situações como essas são comuns. QUE PAÍS É ESSE? Pessoas se aproveitam da dor do próximo.
Eu e o Diego nos envolvemos muito com nossos entrevistados, em um determinado momento um dos garotos pegou o tripé da câmera e começou a brincar. Eu, desesperada tive que ir atrás. Tantas coisas pra me preocupar.... que falta fez a Anne.
Gravamos com algumas mães e com a Ivanise, a presidente da ong mães da sé.
Dessa vez deu tudo certo.
Terminamos nossas entrevistas, agora vamos terminar de decupar as imagens e fazer nosso roteiro. O dia 19 de novembro está cada vez mais próximo e nós estamos nos preparando para o DIA D.

CAROLINE TEBERGA

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